Required field must not be blank

quinta-feira, novembro 23, 2006

 

Ao Encenador.

O actor, o actor vai envelhecendo...
O encenador, esse, pode ser Deus até morrer.

terça-feira, novembro 21, 2006

 

Dead End

O meu talento tem-me escorregado pelas mãos.
tudo o que tinha a certeza que sabia fazer bem, vai-se desvanecendo como um pôr do sol que apesar de acontecer a grande velocidade, nós não conseguimos dar por ele.
(Nem fazer nada contra isso).

Tenho medo.
Tenho medo de me tornar nessa pessoa normal que sempre desejei ser.
Já não há nada a fazer.
Os bloqueios anti-auto-destruitivos que eu me auto-infligi inconscientemente, tornaram-se muito mais poderosos do que eu.
(E não posso fazer nada)

Vou mudar.
(tenho mudado muito ultimamente)
Desta vez vou mudar mesmo e vou tentar que seja para melhor
(mas nunca o é, na verdade).

Já que a vida não tem valor, vou tentar dar valor a vida.
Vou acreditar que este mundo é agradável, simpático, justo e maravilhoso
(mas nunca o é na verdade e não posso fazer nada nem fazer nada contra isso)

segunda-feira, novembro 20, 2006

 

Ao Teatro

O único sítio onde podes estar ''nu'', sem ninguém te poder julgar.

 

Violinos, Violoncelos, Pianos e Tambores no que resta das minhas memórias

O teu cheiro continua por toda a parte,
por toda a parte,
por toda a parte...
E continuo a ver-te dançar em todo o sítio
a dançar,
a dançar...
Esta musica ainda não me saiu dos ouvidos...
Toca, toca, toca:
São violinos, violoncelos, um piano e um tambor,a tombar comigo na minha saudade e imaginação diária.
E continuas a dançar para mim, todos os dias, a toda a hora, enquanto a tua saia dança frenéticamente com o vento.
Lanço um grito visceral e viscoso vindo das profundezas do meu silêncio:
-Schiiiiiiiiiiu!
Calar-me-ei para sempre e ficarei para sempre agarrado á tua dança e ao teu cheiro
porque a tua dança chega para a minha visão se sublimar a ela todos os dias, a toda a hora, e o teu cheiro continua a ser o uníco ar que eu considero agradável de respirar.
E ainda que o meu tacto não te possa tatuar, continuarei todos os dias, a toda a hora a tocar no cheiro do teu cheiro, no som daquela musica e no furacão insaciável da tua dança.

 

Aos actores

Temos todos os dias uma máscara quando todos pensam que somos nós próprios e somos nós próprios no palco quando todos pensam que temos uma máscara.

terça-feira, novembro 14, 2006

 

Para o Borges e para mim

Ontem, com dezanove anos, encontrei-me a mim mesmo, talvez num sonho, com cerca de quarenta e dois anos.
Estava.. algures numa casa que, talvez venha a ser a minha.
Num estranho ambiente, talvez de sonho, tinha à minha frente três portas, e a certeza da porta onde tinha de entrar.
Entrei.
E para minha surpresa, mas sem achar tudo aquilo muito surpreendente, encontrei-me a mim mesmo mais velho.
A sala estava vazia, havia uma grande janela aberta e lá estava ele ou... eu, de joelhos, com uma pístola apontada à cabeça.

Eu - O que é que estás a fazer ?

Ele - Aquilo que sempre soubemos que iamos acabar por fazer.

Eu -Então... sempre acabamos assim ?

Ele - Tentámos contrariar esse destino, mas o destino acabou por ser a arma que tenho apontada à cabeça.

Eu- Tens a certeza ?

Ele- Sempre tivemos a certeza. Agora, simplesmente não tenho saída.

Eu- Então... não conseguiste ser o que queríamos ?

Ele- Acabei por ser o que tu querias, mas com desejos de ser algo mais. Não consegui. Por isso aqui estamos.

Eu- E o que é que acabaste por sonhar que eu ainda não sonhei ?

Ele - Sonhei... esquecer os sonhos e viver a vida dia após dia como ela é.
A vida pela vida.

Eu- Porque é que falhaste ?

Ele- Porque sonhei contigo e reparei que tinha perdido... toda... a ideia original e, por mais estupida que ela fosse, era a ideia verdadeira.

Eu- Porque é que eu não me mato agora, aqui, contigo ?

Ele- Porque isto é só um sonho... e quando acordares vais... não te vais lembrar do sonho, vais recálca-lo como a todos os teus sonhos, e continuarás a viver a vida, dia após dia, sem encontrares resposta, até chegares aqui.
Boa Sorte.

PUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM!

domingo, novembro 12, 2006

 

Diálogo teatral entre mim e a vida

Vida (com tom dogmático) - tens de ser duro para ser real;
Tens de ser máscara para existires;
Tens de ter códigos para conviveres;
Tens de saber as senhas para entrares.

Tens de te esforçar para seres normal;
Tens de rezar para te redimires;
Tens de ter caixão para morreres;
Tens de ter humildade para te calares.

Tens de ser ninguém para seres o tal;
Tens de morrer para fugires;
Tens de concordar para venceres;
Tens de ser burro para ganhares.

Tens de ser nada para seres alguém;

Tens de ver nublado para veres bem;

Tens de te rir quando convém;

Eu (interrompendo)- Vida, prefiro ser ninguém!

 

Supertramp - the logical song

When I was young, it seemed that life was so wonderful,
a miracle, oh it was beautiful, magical.
And all the birds in the trees, well they'd be singing so happily,
joyfully, playfully watching me.
But then they send me away to teach me how to be sensible,
logical, responsible, practical.
And they showed me a world where I could be so dependable,
clinical, intellectual, cynical.

There are times when all the world's asleep,
the questions run too deep
for such a simple man.
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
but please tell me who I am.

Now watch what you say or they'll be calling you a radical,
liberal, fanatical, criminal.
Won't you sign up your name, we'd like to feel you're
acceptable, respecable, presentable, a vegtable!

At night, when all the world's asleep,
the questions run so deep
for such a simple man.
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
but please tell me who I am.

domingo, novembro 05, 2006

 

Hold up, hold on

No reflexo dos meus olhos vazios, há uma voz que me susurra baixinho ao ouvido:
- Aguenta...

Arquivos

2006/07   2006/08   2006/09   2006/10   2006/11   2006/12   2007/01   2007/03  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Subscrever Mensagens [Atom]