Ontem, com dezanove anos, encontrei-me a mim mesmo, talvez num sonho, com cerca de quarenta e dois anos.
Estava.. algures numa casa que, talvez venha a ser a minha.
Num estranho ambiente, talvez de sonho, tinha à minha frente três portas, e a certeza da porta onde tinha de entrar.
Entrei.
E para minha surpresa, mas sem achar tudo aquilo muito surpreendente, encontrei-me a mim mesmo mais velho.
A sala estava vazia, havia uma grande janela aberta e lá estava ele ou... eu, de joelhos, com uma pístola apontada à cabeça.
Eu - O que é que estás a fazer ?
Ele - Aquilo que sempre soubemos que iamos acabar por fazer.
Eu -Então... sempre acabamos assim ?
Ele - Tentámos contrariar esse destino, mas o destino acabou por ser a arma que tenho apontada à cabeça.
Eu- Tens a certeza ?
Ele- Sempre tivemos a certeza. Agora, simplesmente não tenho saída.
Eu- Então... não conseguiste ser o que queríamos ?
Ele- Acabei por ser o que tu querias, mas com desejos de ser algo mais. Não consegui. Por isso aqui estamos.
Eu- E o que é que acabaste por sonhar que eu ainda não sonhei ?
Ele - Sonhei... esquecer os sonhos e viver a vida dia após dia como ela é.
A vida pela vida.
Eu- Porque é que falhaste ?
Ele- Porque sonhei contigo e reparei que tinha perdido... toda... a ideia original e, por mais estupida que ela fosse, era a ideia verdadeira.
Eu- Porque é que eu não me mato agora, aqui, contigo ?
Ele- Porque isto é só um sonho... e quando acordares vais... não te vais lembrar do sonho, vais recálca-lo como a todos os teus sonhos, e continuarás a viver a vida, dia após dia, sem encontrares resposta, até chegares aqui.
Boa Sorte.
PUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUM!