A fuego lento tu mirada a fuego lento tu, nada vamos tramando esta locuracon la fuerza de los vientos y el calor de la ternurasigue el camino del cortejo a fuego lento, a fuego viejo sigo avivando nuestra llama con todo lo que te quiero y lo mucho que me amasNunca mais se falaram.
Anos mais tarde, muitos anos mais tarde, Maria foi passar o natal a terras de espanha, terras de seu pais que há tanto tempo não visitava.
Era uma pequena terra, no sul, que ficava não muito longe de
Marbella.No dia vinte e cinco, saiú sozinha de casa para pensar
(hábito que ganhou anos antes aquando da sua experiência
underground.
Encontrou-se então inundada pelo enorme cortejo de natal, possuída por uma musica algo "pimba" que lhe arrancava os pés do chão.
No meio da confusão, viu um homem de costas com um copo na mão, que lhe chamou a atenção.
Foi, hipnotizada ter com ele:
A fuego lento me haces aguacontigo tengo el alma enamoradame llenas, me vacias, me desarmasayayayy amor cuando me amasa fuego lento revoltosascaricias que parecen mariposasse cuelan por debajo de la ropaaumentando el sentimientoamor forjado a fuego lento"como por um instinto divino" deram-se automaticamente a mão um ao outro e, embriagados pelo momento
(e quem sabe se pelo alcool),
começarama dançar ferneticamente sem parar, ou pelo menos, até a musica parar.
A química era aqui irmã da sensualidade que envolvia, sem descanso, os dois corpos saudosos de algo que não sabiam bem o quê, talvêz um sonho:
A fuego lento mi cinturaa fuego lento y comisuravamos tramando este alborotocon la danza de los maresy el sabor del poco a pocosigo el camino del cortejoa fuego lento a fuego añejosigue avivando nuestra llamatantos dias como sueñostantos sueños que marcabasAí, ele disse sob a forma de um suspiro:
- Este cheiro é-me familiar.
Ao que ela lhe retorquiu:
-Este cenário também.
Ficaram então ali, sem mais abrir a boca, talvêz para sempre ou quem sabe apenas até ao fim da musica.
Mas que importa?
Seja o que for, terá que ser sempre tudo ou nada,
terá que ser sempre tu ou nada:
a fuego lento, a fuego lentroayayyya fuego lento, a fuego lentroa fuego lento, a fuego lentroa fuego lento, a fuego lento me haces aguacontigo tengo el alma enamoradame llenas, me vacias, me desarmasayayayy amor cuando me amasa fuego lento revoltosascaricias que parecen mariposasse cuelan por debajo de la ropaAumentando el sentimientoamor forjado a fuego lentoFim
Espero que esta carta sirva de alguma coisa meu animal,
os meus pais deram-mealgum dinheiro, vou andar algum tempo pela Europa.
Espero que não me procures.
Nunca vou esquecer o que me fizeste, como sei que nunca esquecerás o que eu te fiz.
Esta é portanto, a nossa despedida oficial.
Desculpa as minhass palavras banais, mas não tenho o teu talento.
Serei sempre só mais uma. Para ti. Para o mundo.
Nunca há nunca não é?
E o nosso amor terá sempre que ser uma espécie de amor forjado a fuego lento.
Mas repito a ideia:
Fuego lento não é nunca.
Portanto, quem sabe....
Até já:
a fuego lento me haces agua
contigo tengo el alma enamora
dame llenas, me vacias, me desarmas
ayayayy amor cuando me amas
a fuego lento revoltosas
caricias que parecen mariposas
se cuelan por debajo de la ropa
Aumentando el sentimiento
amor forjado a fueg
oamor forjado a fuego
amor forjado a fuego lento
O homem que andava nu pela casa, esse grandessíssimo animal, levantou-se então da cama, depois de ler a carta, levantou-se, foi até à sala e dançou nu o dia todo sem parar, sem musica, esquencedo da ressaca constante que lhe imobilizava o corpo e, quando não aguentou mais, disse em forma de suspiro:
- Detesto o Natal, detesto essa musica pimba espanhola e ainda te detesto:
até nunca.
E acrescentou, mais baixo ainda, entre dentes:
-Até já, até já, até já.
(e agora sim) FIM! (até já)