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quinta-feira, dezembro 28, 2006

 

Aqui Agora Como Dantes Meu Caro

Adoro estar aqui, meu caro. Que saudades que eu tinha daqui.
Huuuuuum, este cheiro, este ar, esta maresia, esta calma, esta esplanada, este sol, estas massagistas, que não existem, mas que tanta falta fazem, meu caro!
Aaaaaai meu caro, como eu gosto de cá estar.
E que saudades tinha eu disto, meu caro, que saudades!
Lembra-se?
Passeámos aqui tantas vezes, ainda não havia aqueles prédios, ainda não havia estas árvores nem estes parques de estacionamento... ou será que eramos nós que não davamos por tudo isto? Aiiiiii que isso não interessa nada agora, meu caro, não interessa nada!
O que não daria eu agora para estar no antigamente.
O antigamente é que era. Verdade ou mentira, meu caro? Verdade ou mentira?
Verdaaaaaaaaade, meu caro, verdade!
E continuamos a ouvir as musicas que aqui ouviamos antes e este bar toca umas musicas tão diferentes, tão más, tão "para a frentex", como diz agora a malta jovem. A malta jovem agora diz "para a frentex", meu caro, "para a frentex"
- Venha de lá mais um Whisky ó Alberto!
Lembra-se, meu caro? Lembra-se que o empregado de cá se chamava Alberto?
Agora deve-se chamar "para a frentex" ou coisa assim.
Hahahaha, meu caro, hahahaha!
Aptece-me surfar, meu caro. Aptece-me ir engatar umas donzelas para a boate como antigamente.
Aquilo é que eram tempos, meu caro, aquilo é que eram tempos!
Agora é vê-los todos malucos na disconight a dançar as marteladas e a beber suminhos com que se embebedam e a ter conversas sem interesse.
Aaaaaaaaaah, meu caro, meu caro, ainda não lhe contei:
O meu mais novo, o Alberto, apareceu-me em casa com uma miúda nova, toda esburacada, toda ela era buracos, meu caro, buracos com arame farpado lá dentro.
Aaaaaaaaaai, meu caro, se isto tem algum jeito...
Ai como era bom se o tempo não andasse, não agora, mas antigamente, quando tudo estava bem.
Antigamente é que era, meu caro, antigamente é que era...
O mundo era perfeito e andavamos nus à chuva, meu caro, nús à chuva!
E agora é ver-nos deitados aqui cheios de mantas, em pleno veráo de quarenta graus, fechados num hospítal, velho, feio e fedorento a relembrar o antigamente.
Aaaaaaaaaai que saudades que eu tenho, meu caro Albúm de Fotografias de Antigamente, que saudades que eu tenho.

Comentários:
tem-se notado alguma "angústia da influência"
(como dizia o Bloom)
nos seus últimos textos,
o que é um óptimo sintoma.
já no campo da ortografia,
continua uma miséria.
arranje lá maneira de ultrapassar isso, um escritor que não sabe escrever é um paradoxo insustentável.
 
O tempo tem destas coisas... ******
 
No outro dia diz-me assim a minha avó:
-Filha olha que o teu avô andou ali a ver o teu computador! Eu bem lhe disse para ele estar quieto e não mexer em nada, mas bem sabes como é teimoso o teu avô. Vai lá ver se ele não te estragou nada, filha, vai.
Mas porquê que os senhores velhos têm tanto acatamento com os aparelhinhos que são tão indefesos?!
Nem todos conseguem acompanhar a evolução e quando vêm que as coisas ao seu redor levaram uma reviravolta, resta-lhes aquilo que lhes foi incutido na sua época... e as recordações, as tão saudosas e nostálgias recordações.
Como seremos nós, um dia destes do futuro?...
*Gostei muito*
*Beijinho da pata*
 
.
 
A velha e as imperiais, meu caro.
 
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