Era uma vez um Ego,
Um pequeno Ego.
O pequeno Ego não percebia o que significava ser Ego,
nem percebia o motivo pelo qual, todos os dias, ora crescia, ora diminuía, ora tinha o tamanho normal que as pessoas diziam ser o tamanho normal de um pequeno Ego.
Um dia, o pequeno Ego perguntou ao grande Ego:
Grande Ego, porque é que eu cresço e diminuo e continuo sempre a ser um pequeno Ego?
Ao que o grande Ego não respondeu, franziu a sobrancelha, e presunçoso, virou a cara e foi-se embora.
O pequeno Ego, ficou ali, parado, a pensar que, se para se ser um grande Ego, é preciso tratar mal as pessoas. Pensou também se o grande Ego seria tão grande que nem sequer dava pela sua pequenez... a pequenez do pequeno ego. E ao ter este pensamento, o pequeno Ego, diminuio.
Mais tarde, o ainda mais pequeno Ego, ainda a matutar no assunto, foi ter com a Ega mãe:
- Ega mãe, porque é que eu não consigo crescer tanto como os outros meninos Egos ?
ao que a mãe Ega respondeu:
-Pequeno Ego, sabes que sempre foste mais pequenino que os outros Eguinhos.
Ouve, não penses nessas coisas, nem tentes ser o que não nasceste para ser... está bem ?
O pequeno Ego concordou com a cabeça, e foi para o quarto chorar sobre o assunto enquanto diminuia mais um bocadinho.
Adormecido em lágrimas, o ainda mais pequenino Ego acordou no dia seguinte com vontade de perceber os porquês e também com uma insoportável vontade de crescer.
Assim sendo, o agora minúsculo ego, foi falar com os colegas Egos e com a professora Egona numa espécie de reunião de escola.
Quando pôs o caso aos amiguinhos e à amiguinha especial (que nunca tinha dado por ele), as reacçoes foram unânimes:
-Hahahahahahaha!
Ao que a professora Egona acrescentou:
-Volta a terra pequeno Ego, o mundo não é para quem sonha crescer, é para quem já nasceu enorme.
Acrescentando também uma ligeira gargalhada.
O pequeno Ego, destroçado, voltou para casa, já sem lágrimas para chorar, equanto diminuía o que pensava já impossivel de diminuir.
Chegando a casa, irritado, magoado revoltado e principalmente minúsculo e practicamente invísivel, o pequeno Ego, decidiu ir tirar a prova dos nove, e ver se realmente toda esta gente estava, de facto, certa.
Nestes pensamentos de reflexão e procura de si próprio, o pequeno Ego, deparou-se com um estranho objecto, que sabia ser muito adorado pelos senhores grandes Egos, que ao que parecia nos mostrava a nossa imagem;
esse objecto era o espelho.
Então, o pequeno Ego caminhou até ele, e lá chegando fixou-o com uma força tal que ele pensava até nem ter.
Olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou, olhou,
e depois de muito olhar e de seriamente se observar....
o pequeno Ego desapareceu.
No dia seguinte quando todos deram pela sua falta, e se aperceberam que nunca mais viriam o pequeno Ego;
O grande Ego,
a Ega mãe,
os colegas Egos,
a colega especial Ega,
e a professora Egona,
de comum acordo exclamaram:
Mas que grande Ego que ele foi!