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sábado, setembro 23, 2006

 

O mundo e a vida nos teus olhos. (parte 1)

23 de Setembro de 2006


Ela olhava para mim com aqueles olhos...
Aqueles olhos que pareciam o olhar do mundo:
superior, efectivamente superior,
sem misericórdia,
omnipresente,
terrivelmente destruidor,
e lá no fundo
(bem lá no fundo)
tão, tão bonito,
bonito e impossivel de conquistar.
Aqueles olhos que me lembravam as piores catástrofes do mundo,
paralelas as coisas mais bonitas.
Uns olhos tão diferentes quanto a diferença atróz que nos separava.
Esses olhos que nunca olharam para mim de frente, mas que eu não me farto de observar.
Lembro-me de sonhar com o seu olhar muito antes de sequer imaginar que um dia veria coisa de tal importancia.
Lembro-me de imaginar no mais escondido e abstracto da minha verdade,
olhos com tal poder.
Fico assim, petrificado, quando me deparo com aquelas luzes divinas no caminho para a escola.
Lá está ela sempre no lado de lá da passadeira,
sempre à mesma hora que eu,
à espera do sinal para passar para o lado contrário ao meu,
sempre para o lado contrario ao meu.
Sonho sempre como seria se os nossos caminhos fossem os mesmos e nunca tão contrários como são hoje.
Vou todos os dias para a escola, com a mesma força de sempre:
a força de quem sabe que vai encontrrar aquele olhar pelo caminho
(o resto do dia não serve de nada)
aquela simples força que preciso para acordar dia após dia.
(sem tais olhos nunca me levantaria)
Tenho hoje vinte anos e apenas uma razão para viver:
O caminho da estrada que nos separa.

Com muito medo e nenhuma esperança continuo assim, parvo perante a tua grandeza e confuso por cada dia descobrir coisas boas ou más,
mas sempre novas nos teus olhos.

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